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O executivo pediu maior atenção a quatro áreas: conteúdos nocivos, transparência em eleições, privacidade e portabilidade de dados.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu que governos e outras autoridades ampliem a regulação da internet. Em texto publicado no sábado (30), o executivo afirmou ser necessário atualizar as normas em quatro áreas:
- Conteúdos nocivos;
- Transparência em eleições;
- Privacidade;
- Portabilidade de dados.
"Ao atualizar as regras da internet, nós podemos preservar o que há de melhor nela – liberdade para que as pessoas se expressem e que empresários construam novidades – enquanto também protegemos a sociedade de maiores perigos", escreveu.
Zuckerberg publicou o texto meses depois de se envolver em polêmicas sobre compartilhamento de dados dos usuários do Facebook. A rede social também admitiu, em novembro, ter contratado uma companhia para investigar senadores e o bilionário George Soros – que acusou a empresa de ser "uma ameaça à sociedade".
Conteúdos nocivos
Zuckerberg considera como nocivo os conteúdos como propaganda terrorista e discurso de ódio. O CEO do Facebook disse que a empresa já trabalha com governos para "assegurar a eficiência dos sistemas de revisão de conteúdo".
"Uma vez que entendermos a prevalência do conteúdo nocivo, poderemos ver quais empresas estão melhorando e onde deveremos traçar os parâmetros de base", acrescentou.
Além disso, o executivo afirmou que organismos independentes podem traçar parâmetros de avaliação dos materiais nocivos. "Uma regulação pode definir bases sobre o que é proibido e, portanto, exigir das empresas que construam sistemas para diminuir ao máximo o conteúdo nocivo", escreveu Zuckerberg.
Transparência em eleições
O chefe do Facebook também pediu por leis que "protejam as eleições", sobretudo em relação à propaganda política impulsionada pelas redes. Zuckerberg, no entanto, ponderou sobre a dificuldade em traçar parâmetros sobre o tema.
"Definir se uma propaganda é ou não política nem sempre é algo simples. Nossos sistemas seriam mais eficazes se houver regulação que crie padrões comuns para verificar os atores políticos", analisou.
Privacidade
Zuckerberg sugeriu que mais países adotassem legislação semelhante à aprovada pela União Europeia no ano passado – o GPDR. Entre outros pontos, a lei determina que a coleta e uso de dados pessoais só podem ser feitas com consentimento explícito do usuário, que passa a ter direito de ver, corrigir e mesmo deletar informações guardadas por empresas.
"[A lei] deve proteger seu direito de escolher como sua informação é utilizada, enquanto dá permissão às empresas de usarem essa informação por questões de segurança e para oferecer serviços", analisou Zuckerberg.
Por isso, o CEO do Facebook afirmou que uma legislação mundial – e não diferente para cada país – garantira a mesma proteção para todos. "Nós precisamos de regras claras sobre quando a informação pode ser utilizada para servir o interesse público e como deve se aplicar a novas tecnologias como inteligência artificial", completou.
Portabilidade de dados
O executivo também disse que a rede deve facilitar a transferências de dados de um serviço para outro, caso o usuário deseje. "Isso dá poder de escolha às pessoas e permite que desenvolvedores inovem e entrem em competição", justificou.
"Isso, no entanto, requer regras claras sobre quem é responsável por proteger a informação que circula entre os serviços", alertou.
Zuckerberg se referia à possibilidade de o usuário entrar em diferentes plataformas com o mesmo login – por exemplo, o perfil pessoal no Facebook.